Bíblia

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Luz para os nossos caminhos de fé e prática.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Decepcionados com a igreja cristã

Atualmente, há muitas pessoas decepcionadas com as igrejas cristãs e o modelo de vida cristã atual. Sermões vazios, roubalheira, mau exemplo dos líderes, desamor e escândalos recorrentes, são alguns argumentos para que se opte por não freqüentar uma instituição religiosa; e os que terminam fazendo isso, são movidos pelo sentimento de decepção. Saem pela vida afora com feridas não tratadas, contaminando todos ao seu redor. São pessoas que, em geral, haviam colocado seus líderes cristãos em pedestais, aonde estes não deveriam estar, e estarrecidas viram seus “ídolos” caírem.
Ao invés de fugirem, deveriam expor também as suas próprias fraquezas: desamor, falta de perdão, intolerância com as falhas do outro, falta de compromisso em servir ao Corpo.
Eu nunca vi dedos, orelhas, etc, decretarem independência e saírem por aí andando sozinhos, recusando-se a serem úteis ao corpo. É egoísmo puro. O verdadeiro cristão, ao invés de deserdar, deveria ficar e lutar para ser útil ao Corpo, exercendo todos os seus dons na edificação de vidas para Cristo. Ao invés de passar a ser um crítico passivo, deveria ser um ajudador militante. Ao invés de sair pelo mundo afora apontando os erros, deveria propor soluções, melhores ações e estratégias, enfim, dar a sua contribuição para a formação de uma igreja cristã melhor. Por isso, não é melhor quem sai, do que aquele que opta por ficar. Assim como quem fica, não é em essência, muito diferente daqueles que saem.
Na verdade, devíamos nos olhar como doentes que estão em tratamento (cristãos), todos vítimas de um mesmo mal: o pecado. Uns em estágio de tratamento avançado e outros em plena infecção generalizada aguda. O índice de corrupção do ser humano é epidêmico. Isso porque todo homem já nasce previamente contaminado com o vírus do pecado. E a manifestação dessa “doença” mortal, atinge indistintamente a todos os níveis sociais, incluindo o religioso.
A igreja é um organismo vivo, que tem por objetivo a glória de Cristo, porém, sem a menor sombra de dúvidas, a igreja visível, humana e institucional é imperfeita e tudo indica que continuará assim até a volta de Cristo. Não há dúvida que os pecadores escolhidos e separados para servir a Deus, o negarão, por vezes, com suas atitudes (Ex: Pedro e Judas). Alguns (tipificados em Pedro) irão arrepender-se (mudança de rumo) e consertar o seu caminho, tornando-se ousados pregadores da Palavra de Deus e pescadores de almas. Outros (tipificados em Judas) trairão a Deus e apenas sentirão remorso por isso, o que não os levará a uma mudança radical de vida ou de rumo, e caminharão para a sua própria destruição. Judas, apesar de estar com Jesus e com os discípulos, permitiu que satanás entrasse nele e, por sua traição, terminou fazendo com que Jesus fosse crucificado e morto.
Os “Judas” dos nossos dias continuam fazendo estragos e difamando o Caminho proposto por Cristo. Entre os primeiros doze que o próprio Jesus escolheu, um deles foi um terrível traidor, para nos ensinar que sempre haverá joio no meio do trigo, ao longo da história da igreja. E disse aos discípulos: “É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! “(Lucas 17.1) Jesus nos mostrou e ensinou, que os escândalos no meio da igreja serão inevitáveis. A natureza pecaminosa do ser humano os torna inevitáveis. Paulo nos ensinou: “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós”. I Co 11:19. Porém os escândalos, por incrível que pareça, segundo a Bíblia, têm um fator pedagógico e uma das “utilidades” dos escândalos é nos mostrar quem de fato segue e serve a Cristo.
É em meio às maiores trevas, que a luz brilha mais intensamente. Para cada escândalo que ocorre, existem milhares de fiéis que mantém o testemunho exemplar de retidão na fé cristã. Se o escândalo de Judas tivesse sido a única coisa com que os membros da Igreja primitiva e nascente tivessem se preocupado, a Igreja teria acabado antes mesmo de começar. Em vez disso, reconheceram que não se deve julgar a igreja a partir daqueles que não praticam o que Cristo mandou, e sim olhar para os que praticam os seus ensinos. Em vez de ficarem paralisados em torno daquele que traiu Jesus, concentraram-se nos outros onze que permaneceram fiéis.
Somos hoje confrontados pela mesma realidade. Podemos nos concentrar nos escândalos daqueles que deveriam ser exemplo, ou podemos, como a Igreja nascente, nos concentrar nos demais, naqueles que permanecem fiéis e que continuam oferecendo suas vidas para servir a Cristo e para servir a todos por amor. Devemos imitar nisso, os cristãos primitivos, apesar dos que não são, buscar ser como os que são, prosseguindo no Caminho proposto por Cristo.
A fé cristã descrita no Novo Testamento, apresenta uma feição essencialmente coletiva e comunitária. Podemos ficar cansados e desencorajados em alguns momentos, mas não devemos deixar que isso paralise a nossa caminhada. Devemos perseverar em continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou. Devemos continuar a nos congregar à igreja, enquanto reunião dos salvos em Cristo, para juntos adorarmos a Deus, estudar os seus ensinos, proclamar a sua salvação, desenvolver os nossos dons espirituais e manifestar o amor ao próximo até que Ele venha e, finalmente, nos leve para o nosso destino final: um lugar finalmente sem pecado, sem dor, sem morte e sem injustiças. Enquanto Ele não vem, não cansemos de trabalhar para transformar nossas comunidades em lugares de amor e esperança, pronto-socorros espirituais, para os que desejam ser tratados e curados desse mal inato chamado pecado.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Afinal...quem é a pedra?







A Igreja NÃO FOI construída sobre pedra ou fundamento humano (seja Pedro, seja Paulo, seja Maria, sejam tradições e dogmas adicionados ao corpo doutrinário dos ensinos dos primeiros apóstolos e Paulo),mas UNICAMENTE sobre a Rocha e Pedra Fundamental Jesus Cristo, ou seja: sobre quem ELE É, O QUE FEZ, FAZ E ENSINOU.

Desde a época do salmista (Sl. 118:22), passando pelo profeta Isaías, a palavra profética já anunciava que o Messias, seria a PEDRA DE ESQUINA FUNDAMENTAL na construção do Reino de Deus na terra.

Is. 28:16: "Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse."

Jesus afirmou ser ele mesmo essa Pedra rejeitada pelos construtores (religiosos oficiais) Mateus 21:42,44. No meio destas discussões, Jesus citou a profecia de Salmo 118:22-23 – “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.”

Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção. A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria, resultaria numa construção errada. Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção religiosas que eles queriam. Deus o julgou perfeito para edificar a Igreja conforme a planta divina.

Pedro fez a aplicação direta quando repreendeu os líderes em Jerusalém:
“Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4:11).

Paulo fez a mesma aplicação deste tema: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor.”(Ef. 2:19-21).

Por terem uma relação especial com a pedra angular, eleita e preciosa, os cristãos devem viver de maneira distinta do mundo: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:4-5).

A Pedra JESUS que foi rejeitada no passado pelos "doutores da Lei" e líderes religiosos da época, infelizmente continua sendo rejeitada por alguns doutores e líderes religiosos da nossa era.

Na época de Jesus, a maioria dos líderes religiosos – mesmo aqueles que afirmavam servir a Deus – rejeitaram o próprio Senhor. Eles queriam construir suas vidas e religiosidade conforme as suas próprias idéias e tradições, enfatizando alguns princípios da Palavra de Deus e ignorando outros. As tradições destes líderes, muitas vezes, tomou o lugar da verdade revelada por Deus.

Há muitos construtores religiosos do passado e do presente. Líderes religiosos que procuram construir dogmas, práticas e ensinos religiosos que rejeitam o Senhor e a Palavra dele e estabelecem outras bases que se tornam sagradas e "infalíveis".

Quando suplantam Jesus, os construtores colocam suas próprias pedras no fundamento de suas igrejas. Geralmente, estas pedras são distorções de ensinamentos bíblicos.

"Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus". (Mateus 16:13-19).

Encontramos nesta ocasião, Pedro revelando a divindade de Jesus ou seja, afirmando que ele é Deus. Baseado na declaração de Pedro sobre quem é Jesus, Ele afirma: "tu é Pedro e sobre essa pedra (essa afirmação de quem Eu sou) edificarás a minha Igreja".

O contexto é claro: a igreja seria edificada sobre a revelação de quem era Jesus e o que veio fazer. Então Jesus fala que não foi carne nem sangue quem revelou isto a Pedro, mas o próprio Pai que estava no céu.

Desta maneira, Jesus demonstra claramente que a pedra fundamental da igreja não é assentada sobre homem algum, sobre carne ou sangue humanos, mas fundamentalmente sobre a revelação do próprio Deus no coração dos homens, que traz como fruto a fé no Filho do Deus vivo.

Entretanto, a má interpretação deste texto, é a fonte primacial de toda a dogmática católica. O “Tu es Petrus”, carrega atrás de si um séqüito de outras pedras heréticas erigidas em cima dos sofismas, dos textos deslocados de seus respectivos contextos, interpretados de modo arbitrário pelos teólogos e doutores papistas. Este texto, mal interpretado, é o genitor da infalibilidade papal, do poder temporal, e das demais aberrações teológicas, ilogismos e invencionices teológicas dessa igreja.

Ao se desmontar à luz da Bíblia, todo este disparate teológico, coloca-se por terra a base em que se firma a eclesiologia do catolicismo, juntamente com todos os erros teológicos que o mesmo produziu ao longo dos séculos.

O desafio lançado ao Cristianismo é simples, mas exigente: voltar à pedra angular verdadeira.

“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:10).

O exposto aqui, está em perfeito acordo com o contexto doutrinário e teológico de todo o Novo Testamento. Sendo “Petros” um fragmento tirado da grande rocha, há de se ver uma conotação com todos os cristãos como petros, e isto é descrito pelo próprio Pedro:

“Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual...” I Pedro 2:5

Por sua vez todas estas pedras vivas estão edificadas sobre a grande Petra que é Jesus:

Efésios 2.20. Agora compare estes dois versos: “E quem cair sobre ESTA PEDRA será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó...”


No entanto, alardeiam ainda os católicos, que na simbologia das chaves (Mateus 16:19) há uma supremacia jurisdicional sobre toda a cristandade.

Observe que foram as chaves do Reino do Céu e não da Igreja que foram dadas. O Reino do Céu não é a Igreja!

Convém relembrar, que o uso dessas chaves estavam anteriormente nas mãos dos fariseus:

Lucas 11:52" Ai de vós, doutores da lei! porque tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes aos que entravam".

Portanto, essas chaves, na verdade, representam a propagação do evangelho de arrependimento de pecados, pelo qual todos os cristãos, e não Pedro apenas, podem abrir as portas dos céus para os pecadores serem salvos.

Tanto é, que em Mateus 18:17- 20, Jesus confia as mesmas chaves aos demais apóstolos:
"Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles".

Pedro foi o primeiro a usar estas chaves no poder do Espírito Santo em Pentecostes, onde quase três mil almas foram salvas de uma só vez. Depois a usou para pregar ao primeiro gentio Cornélio.

Esta chave que abre a porta dos céus, não é prerrogativa exclusiva do hierarca católico.

Nenhum ser humano tem poder de monopolizá-la como querem os Católicos Romanos ao afirmarem serem a única igreja de Cristo na face da terra e a única detentora das chaves dos céus.

Orígenes coerentemente comentou: "Se nós dissermos também: 'Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo', então tornamo-nos também Pedro (...) porque quem quer que seja que se una a Cristo torna-se pedra".

Pedro foi então, o primeiro "crente" em Cristo, e se os outros o quiserem seguir podem "imitar" Pedro e serem também pedras vivas, recebendo também as mesmas chaves que ele recebeu.

Jesus, com as Suas palavras relatadas no Evangelho, sublinha o sentido da Fé como fundamento da Igreja, mais do que funda a Igreja sobre Pedro, como a Igreja Romana pretende.

Tudo se resume, portanto, em saber se a Fé depende de Pedro, ou se Pedro depende da Fé...

Porém, os católicos, ainda frisam as palavras “confirmar e apascentar” ditas por Jesus a Pedro mais adiante, vendo nelas uma suposta primazia jurisdicional petrina.

A falácia deste argumento está em não mostrar que o apóstolo Paulo também “confirmava” as igrejas (At. 14:22 – 15:32,41).

Quanto ao “apascentar”, esta também não era uma exclusividade de Pedro pois todos os bispos, segundo At. 20:28, deveriam ter também esta incumbência.

Para sermos coerentes, deveríamos dar este “status” de primazia também aos demais, pois não só apascentavam como também confirmavam as igrejas.

É certo que Pedro, provavelmente o mais velho e intrépido, foi o primeiro a fazer primeira pregação do Evangelho de Cristo. Convém observar que, ao terminar a mensagem, ninguém o teve por especial, mas dirigiram-se a todos os discípulos(At. 2:37) com a expressão: “Que faremos varões IRMÃOS?”. Dirigiram-se à toda igreja ali presente nos primeiros discípulos de Jesus e não apenas a Pedro.

O caso de Cornélio é um outro contragolpe no argumento romanista, pois Pedro teve que dar explicações perante a Igreja, por ter se misturado e comido com um gentio.

Aonde estava a suposta primazia de Pedro neste episódio? Se a tivesse, não daria explicações perante seus supostos comandados e ainda imporia o seu padrão de liderança. Mas Pedro teve de se explicar, justamente por que não possuía nenhum governo sobre os demais.

A miopia exegética é um mal constante na cúpula romana e leva-a a ver frequentemente o que não está no texto bíblico. Os sofismas a respeito de uma supremacia e governo papal católico são flagrantes para quem conhece o texto bíblico.

O golpe teológico final sobre estes sofismas católicos papais está em Jesus não titubear e corrigir algumas precoces ambições de supremacia entre eles. Certa feita tal idéia foi sugerida ao mestre (Mateus 20:18-27) que no mesmo instante a rechaçou dizendo: “...Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;...”

Noutra feita, essa questão foi novamente levantada(Lucas 22:24). Veja que se os apóstolos tivessem cientes desta utópica promessa da supremacia petrina, de maneira alguma teriam levantado esta questão e o próprio pescador Galileu, ou mesmo Jesus, haveriam de esclarecer-lhes o primado de Simão Pedro sobre eles, a recordar a alegada promessa em Mateus 16:18. Mas Jesus fez isto, simplesmente porque essa alegada supremacia de Pedro sobre os demais, não existia.

Aliás, o próprio Pedro desfaz essa lenda católica papal, ao dizer que: “ninguém tenha DOMÍNIO sobre o rebanho...” (I Pd. 5:1-3)

Não se pode ver aí nenhum vestígio de superioridade, supremacia ou destaque sobre os demais, pois ele mesmo se igualava aos outros dizendo: “...que sou também presbítero com eles...”

Pedro ao invés de mandar, foi mandado...e obedeceu (Atos 8:14), fazendo jus às palavras de Jesus “Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (Jo. 13:16)

Não obstante a Bíblia trazer um silêncio sepulcral sobre o alegado ensino papal, os católicos afirmam ser fato incontestável ter sido o apóstolo Pedro o fundador da igreja em Roma. Atribuem-lhe ainda um pontificado de 25 anos na capital do Império Romano e conseqüente morte neste lugar.

Há de se frisar que somente a chamada "tradição”, vem em socorro da causa romanistas nestas horas e mesmo assim de maneira dúbia.

Vejamos:

Pedro não pode ter sido papa durante 25 anos, pois foi martirizado no reinado do Imperador Nero, por volta de 67/68. Subtraindo vinte cinco anos, retrocederemos ao ano de 42 ou 43. Nessa época não havia se realizado o Concílio de Jerusalém (Atos 15), que se deu por volta de 48-49, Pedro participou (mas não deveria pois segundo a tradição, nesta época, ele estava em Roma), no entanto, foi Tiago quem o presidiu (Atos 15;13,19).

Em 58, Paulo escreveu a epístola aos Romanos. E no capítulo 16 mandou uma saudação para muitos irmãos, mas Pedro sequer é mencionado. Paulo chegou a Roma no ano 62 e foi visitado por muitos irmãos (Atos 28;30 e 31). Todavia, nesse período, não há nenhuma menção de Pedro.

O Apóstolo Paulo escreveu quatro cartas de Roma: Efésios, Colossensses, Filemon(62) e Filipenses(entre 67 e 68) mas Pedro não é mencionado em nenhuma delas.
Todos sabem que o trono dos papas teve seus momentos de vacância, muitos papas conquistaram este título por dinheiro, alguns papas considerados legítimos foram condenados como hereges, outros pela ganância do cargo foram envenenados por seus rivais, ainda outros foram nomeados por imperadores; quando não, havia três ou mais papas se excomungando mutuamente pela disputa da cadeira de São Pedro. Sem falar é claro, da época negra do papado, aonde reinou digamos, uma espécie pornocracia. Vide:

http://www.youtube.com/watch?v=ScSeKS8CpH4&feature=related

Ao assistir esse documentário sobre a vida secreta de alguns Papas católicos,passa-se a compreender que, não foi por acaso que na “Divina Comédia”, Dante Alighieri, coloca vários papas no inferno.

Há ainda uma tremenda contradição nas muitas listas dos pontífices romanos expostas por historiadores católicos, nas quais os nomes de tais sucessores aparecem trocados ou faltando.

Não creio que Deus colocaria homens como estes para serem Pedras da Sua Igreja, nem seus representantes na terra, ou porta-vozes dos seus ensinos.

Deus sempre usou homens santos, por Ele santificados e que se santificam por Ele.

A bem da verdade, essa tal sucessão ininterrupta e contínua dos Papas, revela-se totalmente falsa, visto que, conforme até agora exposto, não há base teológica, bíblica, lógica e/ou histórica para sustentar o ensino católico a respeito do papado.

É por demais ultrajante mesmo para uma mente mediana suportar tamanha incongruência.

Pelo que foi resumidamente exposto acima, podemos concluir serenamente que: PEDRO NUNCA FOI PAPA, NUNCA FOI A PEDRA DA IGREJA DO SENHOR E NEM TAMPOUCO O VIGÁRIO DE CRISTO. NEM ELE, NEM NENHUM DOS SEUS SUPOSTOS SUCESSORES HISTÓRICOS. A PALAVRA PAPA OU ENSINO SOBRE UMA SUPOSTA SUCESSÃO PAPAL SEQUER ENCONTRA-SE NA BÍBLIA.

Portanto, a estória que os católicos romanos contam sobre Pedro ter sido Papa e ter deixado sucessores imperiais sobre a Igreja de Cristo, não passa de mera fábula. Na construção desta fábula, os autores da mesma, embaralharam as palavras gregas 'Petra e Petros" (ver Mat. 16:18), fizeram uma péssima exegese e trapacearam na interpretação, confundindo a Cristandade ao longo dos séculos, impondo leis dogmáticas ditas inquestionáveis e infalíveis.

Não resta qualquer dúvida que Cristo edificou Sua Igreja sobre Si mesmo e não sobre Pedro.

Infelizmente a verdadeira PEDRA CRISTO, tem sido suplantada por séculos de tradições humanas baseadas na PEDRA DA SUCESSÃO PETRINA, na mente, coração, fé e práticas dos católicos.

“Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular” (Atos 4:11).

Convém refletir sobre que pedra você têm assentado a sua fé e prática religiosa, pois ainda há tempo para arrependimento, conserto e de fundamentar as mesmas sobre a verdadeira PEDRA ANGULAR JESUS: "... no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor.”(Ef. 2:19-21)

Pois, Pedro apesar de ser pedra no nome, não é e nunca foi a PEDRA DO CRISTIANISMO.

A PEDRA ANGULAR, DE ESQUINA E FUNDAMENTAL DE TODO O CRISTIANISMO, DA NOSSA FÉ E DA NOSSA VIDA É EXCLUSIVAMENTE JESUS CRISTO O FILHO DO DEUS VIVO E VERDADEIRO!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Afinal, quem é a mulher em Apocalipse 12 ?????


Alguns católicos pensam que a mulher em Apocalipse 12 refere-se à Maria.

Isto é o que a piedade católica popular afirma:

“Maria é a mulher do Gênesis ao Apocalipse! Uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro (Ap 12, 1). Quem usa coroa, senão uma rainha? Maria é Rainha do Céu e da Terra!”

Incrivelmente, a quantidade de livros e sites católicos e de católicos que têm e defendem esta visão é imenso.

Não por acaso, encontrei esse mesmo texto, como cópia idêntica em vários sites católicos. Esta interpretação e visão, entretanto, está na contramão do que pensam eruditos católicos, conforme registros a seguir.

Vejamos qual a interpretação da Bíblia de Jerusalém (Primeira impressão em setembro/1985, Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus, autenticada em 1.11.1980 com a assinatura de Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

Na apresentação, os editores disseram que "após três anos de árduo e intenso trabalho, realizado por uma equipe de exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores literários, puderam entregar ao público a tradução do Novo Testamento"). Pois bem, essa comissão exegética católica, concluiu o seguinte com relação à "Mulher vestida com o sol" (Ap 12.1.17):"A cena corresponde a Gênesis 3.15,16. A mulher dá à luz na dor (v.2) aquele que será o Messias (v.5). Ela é tentada por Satanás (v.9), que a persegue, bem como a sua descendência. Ela representa o povo santo dos tempos messiânicos (Is 54; 60; 66.7; Mq 4.9-10), e portanto [representa] a Igreja em luta. É possível que João pense também Maria, a nova Eva, a filha de Sião, que deu nascimento ao Messias (cf. Jo 19.25)".

Logo, o entendimento dos eruditos católicos é o de que a "mulher" em referência simboliza a Igreja perseguida. Apenas no final, dizem ser "possível" que o autor do Apocalipse estivesse pensando em Maria. Esta possibilidade não pode e não foi levada a sério, por se tratarem apenas de conjecturas, suposições bem distantes do significado real e original do texto. Coisa que o verdadeiro exegeta bíblico sério tem que reconhecer ao ler esta passagem.

Isaías 66.7-9 (referência citada pelos exegetas católicos): "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? (...) Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião mal sentiu as dores de parto, e já deu à luz a seus filhos".

Veja também os comentários da Bíblia Sagrada, Edição Ecumênica, tradução do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, com notas do Monsenhor José Alberto L. de Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, BARSA, 1964, aprovada, portanto, pela Igreja Católica:

"Apocalipse 12.1: Uma mulher: não é o símbolo da SS. Virgem, mas sim o do Povo de Deus, primeiro Israel, que deu ao mundo Jesus Cristo segundo a carne e depois o "Israel de Deus", isto é, a Igreja que enfrentaria as perseguições do Dragão. O sol, a lua e as estrelas são apenas figuras para expressar seu esplendor. Por acomodação a Igreja aplica este versículo à SS.Virgem".

Primeiro, os comentários católicos dizem o óbvio, o que não pode ter outra interpretação, ou seja, que a mulher revestida do sol simboliza o Povo de Deus, Israel donde nasceu Jesus, num primeiro momento; no outro momento, representa a Igreja perseguida.

No final, fala a verdade quando diz que o Catolicismo aplica o versículo à SS. Virgem por pura acomodação, o que me parece uma afirmação bastante sincera e verdadeira. Infelizmente a grande maioria dos católicos prefere ficar nas suas visões leigas acomodadas, do que evoluírem para um patamar mais esclarecido e exegético superior.

Relendo o texto, de acordo com essa interpretação comum aos exegetas católicos e protestantes: "(O Dragão) se irritou contra a Mulher (O POVO DE DEUS NA TERRA ) e foi fazer guerra ao resto de sua descendência (POVO DE DEUS NA TERRA), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" (POVO DE DEUS APÓS JESUS:A IGREJA NO PRESENTE E O REMANESCENTE DE ISRAEL QUE IRÁ NO FUTURO ACEITAR A JESUS COMO SEU MESSIAS) ( Ap 12, 17 ).

A Mulher, portanto, sem qualquer sombra de dúvidas, em Apocalipse 12 representa o povo de Deus, e atualmente a Igreja de Cristo, e isto, para a surpresa dos católicos menos esclarecidos, é uma interpretação bíblica em comum entre católicos e protestantes e não divergente!!

Maria acreditava em Jesus e o seguiu, portanto ela era e é também parte e participante conosco desta descendência do povo de Deus na Terra pois, segundo esta passagem e todo o contexto bíblico: São desta descendência espiritual do povo de Deus, apenas os que se comprometem com o Cristo Jesus, guardando os seus mandamentos e testemunhando-o como nosso Senhor e Salvador".

Reproduzo texto de um exegeta:

"Na dimensão que é própria de Deus, no céu, aparece uma “mulher”, que no grego, significa imediatamente, esposa e mãe, e nos faz pensar à aliança de Deus com o seu povo, muitas vezes expressas em termos de amor nupcial, e das Bodas do Cordeiro, como é o caso também do Apocalipse.

Vestida de sol porque cheia da glória de Deus; com a lua sob os pés porque já na eternidade, a lua tinha a função de regular o desenvolvimento do tempo no AT. E neste contexto de eternidade já conseguida, ela tem uma coroa de doze estrelas na cabeça. A coroa como símbolo de vitória (vocabulário grego próprio para a corrida olímpica onde os ganhadores recebiam uma coroa de louro). A esta altura, as doze tribos de Israel não são somadas aos doze apóstolos, mas se sobrepõem, mostrando a unidade do povo de Deus.

A assembléia eclesial que com muito esforço decifra o sinal à luz do AT já intuiu: trata-se do povo de Deus, visto nas suas dimensões transcendentes.
Mas, o sinal não termina aqui. O quadro parece mudar bruscamente, mesmo se a protagonista, a mulher, permanece. Ela está em trabalho de parto. A fecundidade que a palavra “mulher” indica, agora é explicitada. Esta mulher está para dar à luz, não obstante os obstáculos que deverá enfrentar. Será que ela dará à luz realmente? Quem será o filho?

Para compreender o sentido do parto é indispensável compreender um outro sinal, contraposto ao primeiro, pois facilita a interpretação: um imenso dragão cor de fogo, cor que evoca destruição e morte. Ele age entrando na história humana, especialmente atiçando nas realidades que dão tom à vida dos outros: são as estruturas, os centros de poderes (as cabeças com os diademas). Esta monstruosidade de negatividade demoníaca e maldade humana se opõem ao parto da mulher e têm a intenção de destruir o seu filho. O simbolismo complica, pois a pergunta era: o que significa o parto? Agora: por que este filho é este tão odiado? "
João finalmente nos dá uma resposta que ilumina: um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Quanto a isto, não resta dúvidas. O filho é Cristo. Mas, Cristo projetado no futuro escatológico, no final da história da salvação, quando terá a vitória final sobre o mal.

A Igreja e com a mulher: exatamente ela, deverá, com muita fadiga, dia após dia, anunciar Cristo. Como Paulo mesmo diz: “Meus filhos, por vós sinto, de novo, as dores do parto, até Cristo ser formado em vós” (Gl 4,19).

O fruto deste parto doloroso da Igreja é levado pra junto de Deus, posto num lugar protegido pelo poder de Deus. Nenhuma força humana, nenhuma força demoníaca poderá destruí-lo.

A mulher, porém, foge para o deserto. No AT, este era o lugar do amadurecimento na relação entre Deus e seu povo.

A Igreja deverá sentir o deserto, cansaço no caminho, esperança e confiança; também poderá significar aquela constatação de autenticidade que virá das provas e das perseguições. Mas, sobretudo deverá expressar um amor absoluto e radical.

Quem agora é esta mulher? É a Igreja, ou seja, continua sendo a imagem simbólica do povo de Deus na terra.

A mulher do Apocalipse, portanto, é cada um de nós (Igreja), que, devemos, não obstante aos obstáculos e às perseguições (dragão), anunciar a Boa Nova da salvação de Jesus Cristo (Filho com cetro de ferro) para todo o mundo, para que mais e mais filhos sejam produzidos dessa descendência espiritual na terra. "

Quer saber a fonte deste texto que postei?
Por incrível que pareça, foi escrito por um Padre católico...

Pe.Carlos Henrique de Jesus Nascimento
Padre e Mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e Jerusalém
http://pecarlos.blogspot.com/2007/08/ap-12-quem-aquela-mulher.html

Concordo com tudo o que ele falou, apesar de não ser católica.

Portanto, os católicos que afirmam que a mulher de Apocalipse 12 é Maria, desconhecem na verdade o que ensina o Magistério da sua própra denominação, CONTRA-DIZENDO-O e até chegando a brigar por uma interpretação totalmente leiga (que afirma ser esta mulher Maria), chegando a odiar os protestantes, quando estes lhe apresentam uma interpretação mais coerente e concordante, inclusive, com o Magistério católico, e pelo visto ficam por aí fazendo uma interpretação particular que tanto condenam, e discordante dos exegetas sérios da sua denominação.

E de brinde, posto também para estes que desconhecem até mesmo o que diz o seu próprio Papa, sobre Gen. 3:15, aonde também os católicos contradizem o seu próprio Magistério ao afirmar que foi Maria quem esmagou a cabeça da serpente, e costumam relacionar esta passagem de Gen. 3:15 à de Apocalipse 12, quando na verdade o texto diz claramente que foi Jesus quem fez isso:

Palavras do Papa João Paulo II:

“Este desígnio do Pai começa a manifestar-se no "Proto-Evangelho" quando, a seguir à queda de Adão e de Eva, Deus anuncia que porá inimizade entre a serpente e a mulher: será o filho da mulher que esmagará a cabeça da serpente (cf. Gn 3, 15).”

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2000/documents/hf_jp-ii_aud_20000105_po.html

A interpretação mais ortodoxa a respeito da mulher em Apocalipse 12, portanto, é a que representa a Igreja.

E o catolicismo na pessoa dos seus teólogos e Papas, de forma ORTODOXA considerada como verdadeira acerca do texto de Apocalipse 12, a interpretação de que MARIA NÃO É A MULHER DE APOCALIPSE 12.

Qualquer católico que seja contrário à essa ORTODOXIA, pretendendo fazer com que o texto afirme o que na verdade NÃO AFIRMA e dizer o que NEM OS SEUS PAPAS DIZEM, só demonstram desconhecer a ORTODOXIA E DOUTRINAS DA SUA PRÓPRIA IGREJA, muitas vezes defendendo um ensino e interpretação gerada apenas pela IGNORÂNCIA.

Baseados nesta ignorância, muitos chegam até mesmo a afirmarem que tal texto é uma “PROVA” de que Maria foi coroada Rainha dos Céus.

Tal afirmação só serve de prova, infelizmente, da total IGNORÂNCIA em que vive a maioria dos católicos, que NÃO APENAS DESCONHECEM O TEXTO BÍBLICO, COMO A INTERPRETAÇÃO ORTODOXA CATÓLICA DOS MESMOS, e usam fartamente tal texto bíblico nos debates com protestantes, demonstrando desconhecerem completamente a VERDADEIRA (ORTODOXA) INTERPRETAÇÃO ACERCA DO MESMO.

Paz e graça!